Senti-as a cair em consentânea com o fortuito círculo temporal que a chuva se esforçava por contextualizar, na forma elíptica de fim. Um fim com começo, um fim sem fim, ou apenas uma série de conjecturas desmedidas na forma de fim finito. Não sabia, desconhecia tal pseudoconhecimento transmitido a todos nós através de presunções ou falsas conjunções de algo eternamente implorável – o fim. Porém, continuava a senti-las a cair. Quentes, misericordiosas, leves dentro do seu peso indeterminado, reflectíeis de uma alma estilhaçada em ínfimos pedaços de carência, famintas e perdidas no meio da soidade de corpos, tão análogas à chuva – simples mas complexas dentro da sua simplicidade, água proveniente de uma nascente viciada num ciclo incontrolável e situado além dos limites da nossa capacidade de manipulação. Era assim a natureza das coisas: do ser humano e da natureza. Embora alguém tentasse parar essa queda abrupta de incógnitas consecutivas, embora todos se autocriassem e renovassem de modo a adaptarem-se, ninguém conseguia mudar a realidade da existência humana. Ainda que quisessem ou tentassem o ultimato fim, tudo acabava de se relativizar na forma de chuva, na forma de lágrimas, na forma de angústia, de dor, de paralelismos inversos à mediocridade do ser humano. Na forma desformada de algo que não pode ser formado através das ideologias conceptuais tão naturalmente limitantes do Ser Humano.