O longo e tortuoso caminho da insanidade soerguia-se sob os meus pés, levitando uma ponte de palavras por dizer e perguntas por responder. A minha quota-parte de vivências traumáticas brutalizava-se num número muito além daquele que eu gostaria de conseguir numerar. Cá fora, a chuva fazia-se sentir, indo de encontro com o meu corpo deambulado às portas da incerteza. As gotas ardentes das mágoas dos deuses focavam-me tal como um alvo a abater enquanto me escorregavam pela cara e deslizavam através da impenetrabilidade da minha alma. Não era a chuva a única a deparar-se com a muralha impenetrável por qual as minhas emoções e sentimentos estavam conservados, também as pessoas chocavam com ela e tentavam mandá-la abaixo. Contudo, ninguém é capaz de destruir aquilo que não vê. A vagareza da minha autoconsciência atraiçoava-me vezes sem conta. Uma sombra divagada no meio da luz, um corpo hostilizado entre mundos, pensamentos naufragados em mares de esperanças, sonhos estilhaçados em ambiguidades mútuas. Era tudo tão momentâneo - afinal de contas “o tempo perde-se no decorrer do seu acto” – sim, a consentaneidade do tempo e do momentâneo é algo incompatibilizado com a beleza e invulgaridade da vida. Todavia, se não fosse momentâneo era o quê!? Eterno!? E qual a piada do eterno!? Existe algo eterno!? A vida é senão, a eternidade da existência sobre a forma de múltiplos conscientes. Somos eternos, embora não vivos, continuaremos a ser eternos, não necessitamos de viver para existir, apenas necessitamos de existir para estarmos vivos. A imortalidade apenas se obtém ultrapassando as fronteiras do consciente terreno e da vida corpórea.
"I am twenty, and my knees are healing. The boy across the street committed suicide and the neighborhood is silent. Rain is for breathing in the smell of change and kisses will always be poisonous. And you are the only thing that will always be infinite. "
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Scriptum
O longo e tortuoso caminho da insanidade soerguia-se sob os meus pés, levitando uma ponte de palavras por dizer e perguntas por responder. A minha quota-parte de vivências traumáticas brutalizava-se num número muito além daquele que eu gostaria de conseguir numerar. Cá fora, a chuva fazia-se sentir, indo de encontro com o meu corpo deambulado às portas da incerteza. As gotas ardentes das mágoas dos deuses focavam-me tal como um alvo a abater enquanto me escorregavam pela cara e deslizavam através da impenetrabilidade da minha alma. Não era a chuva a única a deparar-se com a muralha impenetrável por qual as minhas emoções e sentimentos estavam conservados, também as pessoas chocavam com ela e tentavam mandá-la abaixo. Contudo, ninguém é capaz de destruir aquilo que não vê. A vagareza da minha autoconsciência atraiçoava-me vezes sem conta. Uma sombra divagada no meio da luz, um corpo hostilizado entre mundos, pensamentos naufragados em mares de esperanças, sonhos estilhaçados em ambiguidades mútuas. Era tudo tão momentâneo - afinal de contas “o tempo perde-se no decorrer do seu acto” – sim, a consentaneidade do tempo e do momentâneo é algo incompatibilizado com a beleza e invulgaridade da vida. Todavia, se não fosse momentâneo era o quê!? Eterno!? E qual a piada do eterno!? Existe algo eterno!? A vida é senão, a eternidade da existência sobre a forma de múltiplos conscientes. Somos eternos, embora não vivos, continuaremos a ser eternos, não necessitamos de viver para existir, apenas necessitamos de existir para estarmos vivos. A imortalidade apenas se obtém ultrapassando as fronteiras do consciente terreno e da vida corpórea.