A iniquidade revelava-se a mim como um estado de alma: inóspito por sentimento e indefinido por natureza, um apaziguar de indeterminadas mágoas incrustadas e remexidas num acto ineludível de soidade mútua. (…) Suspirava (…)
O vento, também ele se remexia dentro das fronteiras da sua existência, tecida sobre a inconstante e mundana realidade na forma de múrmuro suspiroso - múrmuros denotados por suspiros tão fortemente demarcados na ambiguidade nula que o vento, só por si mesmo entoava. - (…) Suspirava (…)
Palavras ditas no mais profundo dos silêncios, escritas no mais reles e gronhesco interior de alma, outrora consciência, hoje inconsciência, outrora senso comum, hoje indolência (…) Suspirava (…)
Cantarolava, ele, o vento, divagado na sóbria dor de não estar sóbrio, envolvido perante as correntes do destino conquanto a sua fúria se fluía na forma de vento e ventania. (…) Suspirava (...)
Chorava, ele, o vento, escondido atrás da sua plácida e tão fina parede de vidro (in)visível aos olhos dos mais comuns dos mortais , porém também ele, o vento, se ria da sua eloquência imoralidade de existência, ou diria até uma inexistência baseada em suspiros de eloquente falta de eloquência moral. De trás para a frente o vento não mais suspirou, ao invés disso apenas uivou palavras demasiado transumanas para serem pronunciadas através de longos e tortuosos suspiros de um vento. (…) Suspirava (…)