sexta-feira, 14 de outubro de 2011

(In)conclusivo


    O refluxo quente de uma lágrima por cair, conquanto o desespero borbulhava num peito inapto a consumir. Há diversos momentos da nossa vida, aonde a nossa mente vagueia pelo mundo do irracional, brincando à beira do correctamente ético e rindo-se das moralidades conceptuais da Humanidade. São nesses momentos, que o lado mais abstracto e sócioeticamente desequilibrado da nossa subconsciência coloca então questões demasiado complexamente infundamentadas para seres tão pontualizados como nós. O que estamos aqui a fazer!? Qual o objectivo de tudo isto!? Será que existe um objectivo!? Somos seres mortais, mas o que é ser um ser mortal!? Um ser que organicamente decompõe!? Mas o resto? Os sentimentos, as emoções, a consciência!? Também se decompõem!? Mas como poderá algo não-palpável decompor-se!?
Será que existimos!? O que é a existência!? Como distinguir a verdade da mentira, uma mentira verdadeira de uma verdade mentirosa!? Soa-me difícil. Quase tão difícil como conceituar algo sem conceito, delimitar algo sem limites, escolher algo sem escolha. Jogar no jogo filosófico do pensamento humano é um jogo sem precedentes, sem vencedores ou perdedores. Abrir as portas do mundo ilógico da racionalidade humana é dar-nos a conhecer ao Mundo traçado pelo conhecimento humano. E o que é conhecimento!? Não será também o conhecimento manipulável!? Afinal de contas, nós só conhecemos o que nos dão a conhecer. Quem manipula conhecimento!? Continuando a nossa demanda pelas questões pouco reflectíeis da existência inumana rapidamente nos apercebemos que, efectivamente não há respostas possíveis para perguntas impossíveis. Creio, que de facto tudo é infinitamente grande para o nosso diminuto conhecimento de nós próprios, diria até que conhecemos mais do Mundo do que da nossa mentalidade, e dizendo Mundo falo apenas do nosso Mundo, o Mundo criado pelos humanos e não o verdadeiro Mundo. O refluxo quente de uma lágrima por cair, conquanto o desespero borbulhava num peito inapto a consumir.