Engraçado o efeito que tem projectar algo sem se ter consciência do impacto que essa projecção pode ter, isto é tecer na teia do desconhecido. Engraçado também como uma cara nos pode dizer tanto e tão pouco ao mesmo tempo. É uma causa efectiva, essa que a aparência causa nas pessoas, a maioria de nós presume que a roupa, um rosto ou mesmo uma tatuagem podem-nos levar ao conhecimento da intimidade psicofísica-social dessa mesma pessoa, não deixa de ser curioso a transparência igualitária que nós, seres humanos procuramos nos nossos semelhantes. Com isto, podemos facilmente concluir que nós, seres ditos “caritativos” pretendemos viver vidas homogéneas sem a necessidade de recorrer à originalidade mental de cada um, mas até que ponto isso seria possível!? Será que teríamos de deixar de lado a nossa alma!? E apelidando de alma pretendo não dar a ideia de entoação imaterial de um vulto branco a sair-nos do corpo mas sim das nossas emoções e sentimentos que em muito nos diferenciam uns dos outros, ou bastaria desligar uma certa área neurológica localizada no nosso cérebro!? Mas e as influências do ambiente em que somos criados!? Pois bem, o verdadeiro ponto de tudo isto é que a nossa personalidade é incomensurável, querendo dizer com isto que jamais alguém pode julgar o próximo por este diferenciar da sua tipologia de “correcto” e “errado” porque afinal de contas em 10 pessoas todas pensam de 1000 mil maneiras diferentes consoante a sua educação, formação profissional, religião, filosofia, experiência de vida ou ideologia. Portanto, da próxima vez que pensares em olhar de lado para uma pessoa com uma tatuagem na testa, 10001 piercings, com o cabelo azul ou uma vestimenta dita “estranha” ao invés de pensares “Que pessoa tão estranha” pensa antes “Interessante. O que a terá levado a fazer aquilo!? Será que é ela o estranho ou sou eu!?”