terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Colapso




Porque me olhas de cima abaixo!? Porque me olhas com esses olhos altivos, pseudosuperiores e meticulosamente arrogantes!? Porque me olhas, tu, oh reles incompleto desconhecido do insano e inato conhecimento que pensas possuir, para mim, conhecido completo do aparente desconhecido!? Nunca hás-de conseguir ver a pureza da minha alma, o que vês é apenas o que pensas ver, e não o que verdadeiramente vês. 

Congela o continuum espacio-temporal e paralisa-te através do atravessar da imensidão, que de imensa tem tão pouco. Paralisa essa alma ambulante desse corpo nauseabundo e continua a viver, sem alma nem corpo, apenas vive. Vive o paralisar, o viver e o continuar. Não precisas de ter alma – essa alma tão transtornada em lágrimas salgadas - não precisas de ter corpo - Oh corpo deambulado entre o incerto e o incorrecto, o emblematicamente incerto e o sociologicamente incorrecto – precisas apenas de viver, de actuar, de purificar, de alargar e delimitar, precisas, acima de tudo, de subir ao palco – a esse palco tão soberbamente infinito, o palco da Existência – ao subires, não temas em cair, é possível que até te tentem empurrar, faz parte da natureza do palco, porém, ao actuares fá-lo com espírito, sem alma nem corpo, mas com espírito. Espírito de certeza, de determinação, de carácter, de justiça, compaixão e honestidade. Agora paralisa a mente, tenta encontrar-te, tenta encontrar o ponto incoerente dessa materialização abstractamente perfeita, que se atreve a rasgar os céus da Universalidade. Não te preocupes com o tempo, tal como a tua alma e o teu corpo, eles só existem na tua mente, tens o infinitamente finito para encontrares o conector da Existência, a linha que une o Mundo e a Vida, a Vida e o Mundo. Mas não te esqueças que só será possível te encontrares a ti mesmo quando antes, encontrares a tua mente e o teu corpo, aliás quando encontrares a tua realística mente e o teu falso corpo. Desaba, desabafa.